Neste artigo falo sobre as caixas acústicas JBL ES30 e JBL ES10, que adquiri para meu home theater.
Motivação
Desde 2011, tenho um HT-in-a-box Onkyo HT-S5400, composto de receiver e um conjunto de caixas de som 7.1, com subwoofer ativo. Sem espaço para caixas surround traseiras, utilizei-as como frontais superiores, opção oferecida pelo receiver.
Com o tempo o receiver Onkyo começou a apresentar problemas nas entradas HDMI. A quarta delas foi a primeira a pifar de vez, aí a terceira começou a falhar. Foi nessa época (2014) que acabei adquirindo o Receiver Yamaha RX-V675. Minha sala ficou com o Yamaha RX-V675 e as caixas acústicas do Onkyo.
O receiver Onkyo eu deixei guardado para futuramente se reencontrar com suas caixas originais e ser utilizado no computador ou na área de lazer para tocar música, situações em que dispensaria as entradas HDMI problemáticas, pois muitas pessoas vinham relatando o problema e o conserto, que envolvia a troca da placa HDMI, era bem caro. O reencontro aconteceria quando eu fizesse um upgrade das caixas acústicas da sala, mas os anos foram se passando, o upgrade não foi feito e o reencontro foi ficando para depois.
Mais tarde o Yamaha RX-V675 acabou queimando por conta de uma descarga elétrica, e adquiri então, em 2015, o Receiver Yamaha RX-A830. Foi mais um bom upgrade de receiver, mas as caixas acústicas ainda permaneciam as do Onkyo, até bastante modestas para o RX-A830. Mas fiquei mais de um ano com essa configuração, prometendo a mim mesmo que faria um upgrade de caixas acústicas quando pudesse.
Mas foi em agosto deste ano que fiz o upgrade da TV do meu home office, da antiga CRT de 20 polegadas para a Smart TV Panasonic Viera 40″ – TC-40DS600B. Apesar de ser uma ótima TV, ela não é capaz de decodificar o áudio Dolby Digital que chega por uma entrada HDMI, algo que as TVs da Sony (pelo menos as da linha de 2012) fazem sem problemas.
Esta limitação não é problema para a maioria das pessoas, mas eu uso um ponto escravo da Sky nessa TV. E a Sky tem vários canais com áudio Dolby Digital, tanto 2.0 quanto 5.1. Eu poderia simplesmente configurar o decodificador da Sky para enviar apenas áudio PCM estéreo, mas nesse caso o meu ponto principal também ficaria limitado e eu não poderia mais usufruir do áudio 5.1 quando estivesse vendo a Sky no ponto principal.
É claro que eu poderia ficar mudando a configuração sob demanda, mas isso era um tanto incômodo. Muitas vezes eu estava na sala e demorava um pouco para perceber que estava com o áudio PCM 2.0 em vez do Dolby Digital 5.1, até porque o receiver está configurado para simular os canais surround quando a fonte é estéreo.
Esta situação me motivou a tentar soluções alternativas. Tentei um decodificador chinês, mas não deu certo. Mais ou menos nessa mesma época decidimos reparar o receiver Onkyo em uma assistência técnica local (não autorizada). Eu não tinha muita esperança, mas surpreendentemente eles conseguiram repará-lo, com troca da placa, e por um preço razoável.
Foi então que decidi usar o receiver Onkyo para decodificar o áudio Dolby Digital para a Smart TV Panasonic Viera 40″ – TC-40DS600B. Até consegui utilizá-lo apenas decodificando e enviando o áudio decodificado para a TV. Mas tal solução era um tanto gambiarrenta, precisava ser ativada toda vez e envolvia vários ajustes pelos menus. Nada prático.
Resolvi tentar então as caixinhas de meu primeiro conjunto 5.1, um Creative Inspire 5200. Ele estava guardado há um bom tempo, com problema no botão de volume. Usei as 5 caixinhas nas saídas do Onkyo e o subwoofer que era integrado ao amplificador ficou sendo usado como um subwoofer ativo. Fiz um jumper no botão de volume defeituoso para ele ficar sempre no máximo (e assim controlado pelo volume do Onkyo).
Imaginei que essa configuração ficaria ruim, mas não pior que o som da própria TV, pois o Creative Inspire 5200 era até razoável. Mas o fato é que as caixinhas dele e o Onkyo não casaram bem e o som ficou péssimo. Acabei vendendo o Creative Inspire 5200 e passei a buscar por caixas melhores para colocar no Onkyo.
Cheguei a considerar conjuntos como o JBL Cinema 610, cujas caixas são pequenas e tem um tamanho bem adequado para o home office, mas o custo elevado me afastou dessa opção. Imaginei que se fosse para investir em algo novo, seria melhor investir em caixas acústicas melhores para a sala, como eu sempre planejei, e então fazer o reencontro do receiver Onkyo com suas caixas acústicas originais.
A Escolha das Caixas Acústicas Ideais
Decisão de upgrade feita, restava agora a escolha das caixas acústicas ideais para a sala. Tal escolha não seria nada fácil. Os requisitos eram: boa qualidade sonora, tamanhos adequados para a sala que é relativamente pequena e um preço que coubesse no meu orçamento. Infelizmente, qualidade e preço costumar ser grandezas diretamente proporcionais, então restava buscar por uma boa relação entre custo e benefício.
Morando no interior, é um tanto difícil de poder testar e ouvir caixas acústicas antes de compra-las, de modo que eu precisei pesquisar bastante, analisar especificações e confiar nas avaliações feitas por outras pessoas. Nesta tarefa me ajudou bastante o HT Forum, principalmente o RAJANE, participante bastante ativo e com grande conhecimento no assunto.
A JBL foi uma escolha bastante natural, pois eu sempre apreciei a qualidade sonora de seus equipamentos. Em visitas à Fnac, há uns bons 15 anos ou mais, eu já sonhava com o dia que poderia ter um home theater com caixas acústicas da JBL ou da Bose como aquelas que estava expostas.
A JBL há anos vinha ensaiando uma descontinuação da linha ES, com alguns breves retornos. E agora parece que ela finalmente aconteceu. Para liquidar o estoque da linha antiga os preços baixaram, e assim a linha ES ficou com uma excelente relação entre custo e qualidade. A qualidade é comparável à de vários equipamentos em uma faixa de preços bastante superior.
A linha JBL Arena, que substitui a linha JBL ES, é esteticamente mais moderna, mas a qualidade infelizmente não é a mesma, e os preços ainda são consideravelmente mais altos. Aparentemente a JBL optou por reduzir custos e aumentar lucros. A linha Arena é bem mais barata de fabricar, mas a qualidade sofre com isso.
A linha ES tem a vantagem de contar com 3 vias tanto nos modelos JBL ES30 e JBL ES10, quanto na caixa central JBL ES25. Cada uma delas conta com um woofer, um mid-range e um tweeter. A linha Arena conta com apenas duas vias. Há outras diferenças, mas não tenho conhecimento técnico para explicá-las.
Escolhida a linha, era preciso escolher as caixas acústicas específicas para cada posição. É claro que eu gostaria de um par de torres JBL ES 90, mas minha sala não comporta e meu Yamaha RX-A830 também não daria conta delas. Então optei por um par de bookshelves JBL ES30. E para completar o trio frontal, nada mais natural que a JBL ES25, que adquiri com outro vendedor e mostrarei em um próximo artigo.
Para as caixas surround eu considerei um segundo par de JBL ES30, como sugerido pelo RAJANE, mas pelo tamanho delas e pela posição onde ficariam, logo acima do sofá, acabei concluindo que não daria certo. Então optei por um par de JBL ES10, que de qualquer forma já seriam um ótimo upgrade, pois o Onkyo usa caixas acústicas de via única (alto-falante supostamente full range) para o surround.
Para as frontais superiores optei por um segundo par de JBL ES10, que também cumpriram muito bem esse papel, e couberam precisamente no suporte que deixei para elas no meu painel.
Para o subwoofer, o natural seria escolher o JBL ES 250, mas o fato é que ele é um tanto largo e por alguns poucos centímetros não caberia no espaço que deixei para o subwoofer em minha sala. Optei então pelo Infinity Primus PS312, que também tem alto-falante de 12 polegadas, mas a caixa é um pouco mais estreita. Falarei dele também em um próximo artigo. Vale lembrar que JBL e Infinity são marcas do mesmo grupo: Harman, então os equipamentos tem certas semelhanças e casam muito bem.
Minha ideia inicial era ir comprando as caixas aos poucos, pois inicialmente eu poderia deixar o Onkyo no home office apenas com um par de caixas frontais. Mas tanto a linha ES da JBL, quanto a linha Primus da Infinity estão descontinuadas. Então tive que correr para conseguir fechar meu conjunto com equipamentos da mesma linha e aproveitar a excelente relação de custo e benefício destes equipamentos, antes que eles sumissem do mercado de vez.
Unboxing e Instalação
Em cada caixa, tanto do JBL ES30 quanto do JBL ES10 temos o respectivo manual e pés adesivos de borracha que podem ser colocados em cada caixa acústica. Usei os pés em todas as caixas frontais e não usei nas surround que ficam penduradas na parede.
Algo que eu não havia reparado nas fotos é que na face superior (e na inferior) as caixas acústicas JBL ES30 não formam um retângulo, mas sim um trapézio, ou seja, elas são mais finas na parte traseira e mais largas na parte frontal. Isto me permitiu posiciona-las alinhadas à borda do rack, de modo que elas fiquem ligeiramente voltadas para o sofá. Gostei!
Como mencionei anteriormente, o visual parece um tanto ultrapassado para os padrões atuais. Mas o que realmente me importa é a qualidade sonora, e isto elas tem de sobra.
Gostei bastante também do visual das JBL ES10, que são mais largas do que altas, deixando woofer de um lado e mid-range e tweeter do outro lado. Os woofers ficam para o lado de dentro, de modo que a caixa esquerda e a direita são diferentes, uma é o espelho da outra. Considerando que temos mais percepção de direção com agudos do que com graves, essa configuração do posicionamento dos alto-falantes é a ideal.
Achei que o par de JBL ES10 ficou perfeito nos suportes do meu painel, pois as pequenas caixinhas do Onkyo ficavam um tanto perdidas ali. E estas caixas realmente fazem diferença em cenas com chuva e outros efeitos onde o par frontal superior se destaca.
As JBL ES10 tem suporte para serem penduradas na parede, usando dois parafusos, de modo que precisei fazer um segundo furo para cada uma delas, pois as caixinhas da Onkyo ficavam penduradas por apenas um parafuso. Também gostei do visual delas penduradas na parede atrás do sofá.
Confira algumas fotos das caixas acústicas JBL ES10 e JBL ES30:
Considerações Finais
Fiquei bastante satisfeito com a qualidade sonora das caixas acústicas JBL ES10 e JBL ES30, e também com o restante do conjunto que formei com a JBL ES25 e o Infinity Primus PS312, que mostrarei em artigos futuros. O desempenho é muito bom para filmes, jogos e até mesmo para música.
Este é provavelmente o meu conjunto definitivo. Em algum futuro mais distante poderei substituir o Receiver Yamaha RX-A830 por conta de novos padrões que estão surgindo, como HDMI 2.0 e Dolby Atmos, e outros que ainda vão surgir. Enfim, receivers ficam ultrapassados com o surgimento de novas tecnologias. É fato.
Mas caixas acústicas não evoluem da mesma forma, e meu conjunto atual provavelmente me atenderá por muitos anos. Pelo menos na minha sala atual eu considero que ele é o conjunto definitivo, pois não vejo espaço para torres ou conjuntos maiores. E potência ele também tem de sobra para o tamanho da sala. Como não tenho qualquer intenção de trocar de casa atualmente, esta me parece a solução definitiva.
Para encerrar, deixo meu agradecimento ao RAJANE e ao pessoal do HT Forum, que responderam muitas de minhas dúvidas e deixam comentários e avaliações que me ajudaram bastante na escolha desse excelente conjunto.
Parabéns pela ótima aquisição! Possuo um par das ES30 adquirido também nesse último semestre de 2016 e estou muito feliz. Também fui ajudado pelos amigos do HT Forum! Não possuo HT moderno e a utilizo em um receiver Philips FR752 de 20 anos, que na verdade é um Marantz SR66, mas que é bem honesto em sua potência de 100 watts por canal. Só decodifica Dolby Pro Logic. Como nunca consegui dar-lhe caixas decente, fico muito feliz com as JBL. Até para escutar músicas ficou excelente! Utilizo um Raspberry Pi com Hifiberry DAC e tá reproduzindo FLAC com maestria.
Abraços e boas audições!
PS: no texto não seria grandezas diretamente proporcionais?
Olá Rodrigo,
Obrigado pela correção, já ajustei no texto.
Abraços.
[…] de caixas acústicas do meu home theater. Junto com ele estão um par de caixas acústicas JBL ES30 (frontais), dois pares de caixas acústicas JBL ES10 (surround e frontais superiores), e uma caixa acústica […]