[Mini Review] Miss Meadows (A Justiceira) – 2014


Sinopse: Mary Meadows é uma jovem que trabalha como professora substituta para crianças e aprecia longas caminhadas pelo bairro. Ela vive sozinha, usa roupas bem tradicionais e conversa com a mãe sobre como foi o seu dia. Mas o que ninguém sabe é que ela carrega uma pequena arma na bolsa e atua como vigilante, matando criminosos quando os flagra cometendo atos ilícitos. O xerife local descobre que Mary é a responsável por estas mortes, mas ele não sabe se deve prendê-la ou protegê-la.

Miss Meadows (A Justiceira) - 2014

Miss Meadows (A Justiceira) – 2014

A sinopse chamou minha atenção pelo roteiro diferente. Nunca tinha visto a Katie Holmes como protagonista em um bom filme. Em Batman Begins ela tem um papel pequeno e uma atuação apagada. Também devo te-la visto em um ou outro filme pouco memorável da década passada que nem me recordo mais, então praticamente só lembro do papel dela como Joey Potter nas 6 temporadas de Dawson’s Creek.

E o filme é supreendentemente bom. Não é perfeito, mas certamente é bastante subestimado nas avaliações que li antes de assistir. No início há alguns exageros, os crimes convenientemente sem testemunhas e a atitude da protagonista de nem se dar ao trabalho de sair rapidamente do local são pouco críveis. Mas ao longo do filme o personagem vai sendo construído, vamos sendo apresentados às motivações da protagonista de uma maneira um tanto enigmática, assim como ela própria, e a história vai se tornando mais interessante. Recomendo atenção especial nas interações entre Miss Meadows e sua mãe.

A escolha de Katie Holmes para o papel se mostrou acertada, ela conseguiu interpretar muito bem o papel de professora meiga, que se veste, se comporta e até fala (tive que pesquisar o significado de “toodle-loo“) como alguém de uma época passada. Dirige um carro também antigo, caminha sapateando com seus sapatos com placas de metal nas solas, pára para ouvir um passarinho cantar, e motiva as crianças que são seus alunos na escola. E não, eu não assisti Mary Poppins, então perdi qualquer óbvia referência ou sátira que tenha ocorrido.

E se a admiração secreta do xerife por um justiceiro anônimo que tenta tornar o mundo melhor eliminando maus elementos, quando ele ainda não sabia que a justiceira era a própria Mary, é algo compreensível nos EUA, imagine então no Brasil onde a violência e a impunidade são exponencialmente maiores. Precisaríamos de muitas Miss Meadows para trazer paz às nossas ruas. Como eu não sou hipócrita esquerdista politicamente correto (com bastante pleonasmo), também fico mais feliz quando o bandido é morto em vez de preso, tal qual o xerife. Não que esta seja a melhor punição, não é! Mas é a garantia de não-reincidência, a garantia de que o vagabundo não estará nas ruas comentendo os mesmos crimes novamente em pouquíssimo tempo, como sempre acontece.

O título do filme no Brasil é uma escolha infiel e ruim, como de costume. E agora em 2018, apenas quatro anos mais tarde, usaram o mesmo título para outro filme (“Peppermint”), novamente em uma tradução infiel. Mas enfim, estamos na terra do Meu Primeiro Amor 2, do Se Beber, Não Case! – Parte 3! que nem tem casamento no filme todo, e até de Cidade dos Sonhos, que é um baita de um spoiler. Estragar título de filmes é uma característica do Brasil.

A Netflix acertou em ter classificado como drama e suspense em vez de humor negro, ainda que alguns elementos de humor estejam presentes. Enfim, Miss Meadows é um filme que recomendo. Provavelmente o melhor que assisti nos últimos tempos de Netflix.

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Layo Frederico

5.7 no IMBD e 2.8 no Rotten, isso é selo de filme ruim. Não dá nem para dar um chance. Talvez uma oportunidade perdida, mas nessa idade é necessário critérios para escolher como gastar o tempo.

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