Atari 2600 – Parte 2

Já leu a primeira parte? Sim? Então você já pode ler a segunda.

Agora eu tenho um Atari 2600! 🙂

Comentei com meu pai que estava procurando por um, ele deve ter comentado com um de meus primos e eis que ele tinha um Atari 2600 guardado. Ganhou em uma rifa há alguns anos, jogou um pouco e guardou. Disse que ia acabar jogando fora e que eu poderia ficar com ele.

O console em si estava em muito bom estado, não encontrei um único arranhão na carcaça. A parte interna também aparenta estar intacta. O cabo de RF tinha uma emenda perto do plug e o plug também todo enrolado com esparadrapo e durex, mas funcionando.

Este é um modelo da Polyvox dos que ainda tinham fonte externa. A fonte estava toda enrolada em esparadrapo e com os pinos do plug soltos, não consegui fazê-la funcionar. Abrindo descobri que o projeto da Polyvox (ou da própria Atari?) para essa fonte não foi dos melhores. Os pinos estão presos apenas no plástico e o trafo é um tanto pesado. É muito peso para apenas dois pinos presos diretamente no plástico aguentarem e assim o plástico acaba cedendo. Emprestei do meu pai uma fonte daquelas com chave de ajuste de tensão e múltiplos plugs, ela funcionou no Atari 2600. Vou utilizar ela até chegar uma fonte nova que adquiri para esta finalidade. A fonte antiga talvez eu restaure para fins de coleção apenas.

Os controles estavam funcionando, mas com ambos falhando em uma ou outra direação. As torres já estavam bem desgastadas, mas não chegaram a quebrar de vez. Estranhamente a torre do controle que abri já era uma das torres mais reforçadas. Nem sabia que elas já existiam naquela época, pois a original era bem mais fraquinha. A placa interna também tinha alguns durex colados. Parece que o primeiro dono era fã de consertos domésticos com esparadrapos e durex. Também havia óleo entre a torre e a capa plástica, que não sei exatamente porque foi colocado.

Três cartuchos estavam junto com o console: River Raid, Defender e Pac Man. O primeiro não funcionou quando testei.

Pois bem, resolvi fazer uma limpeza geral. Desmontei tudo e mergulhei as partes plásticas em água com detergente e Veja (o desinfetante, não a revista que seus amigos comunas odeiam). Deixei lá por um par de dias, escovando eventualmente, depois repassei tudo e esfreguei Veja puro em algumas partes. Limpei também os cabos com Veja e a placa interna com álcool isopropílico. Limpei também todos os contatos do console e dos cartuchos com o álcool isopropílico.

No cabo de RF eu soldei um plug de metal banhado a ouro, com mola, diretamente no ponto onde havia uma emenda. Perdeu um tanto a originalidade, claro, mas agora espero que ele dure a vida toda, ao contrário do plug de plástico original que acabou não resistindo ao tempo, ressecando e quebrando. Também limpei a chave comutadora de antena e estou usando-a temporariamente, junto com um adaptador de fita de 300 ohms para cabo de 75 ohms, até que chegue um adaptador de RCA para coaxial que eu pedi.

Também abri um dos controles, limpei toda a parte externa, plástico e borracha, retirando toda o óleo e outros resíduos. Coloquei uma torre nova e uma PCB nova de um kit de reparos que eu já tinha. Ficou perfeito. Vou aquirir mais um kit desses no futuro para restaurar o segundo joystick, que ainda tem o lacre de fábrica da Polyvox e estou até com dó de abrir.

Por fim, montei tudo novamente e este Atari 2600 ficou agora em perfeito estado. O cartucho do River Raid também voltou a funcionar. A imagem melhorou com o reparo no RF e deve melhorar ainda mais quando eu puder deixar de usar a chave comutadora de antena, que guardarei apenas para fins de coleção.

Fiz a conexão do Atari 2600 em uma TV CRT que ainda tenho e enfim joguei novamente. Acho que é a primeira vez em mais de 20 anos que jogo um Atari 2600 real (sem emulação).

Confira algumas fotos: