Neste artigo falo sobre o F1 2017 para o Playstation 4 (PS4). Jogos de corrida sempre estiveram entre meus favoritos, em especial os de Formula 1, que eu acompanho desde que era criança.
Desde o Enduro do Atari 2600, que foi meu primeiro jogo de videogame, passando pelo Ayrton Senna’s Super Monaco GP II, do Mega Drive, cujo cartucho tenho até hoje, e pela série Grand Prix nos PCs. Enfim, joguei muitos jogos de corrida, em todos os consoles que já tive.
A série F1 da Codemasters iniciou em 2009, mas meu primeiro jogo da série foi o F1 2010 do Playstation 3 (PS3). Gostei e joguei bastante. No ano seguinte comprei o F1 2011, também do Playstation 3, que estava ainda melhor. Mas ele não era tão diferente assim da versão anterior. Acabei não jogando muito e então não comprei as versões seguintes.
O F1 2017 é meu retorno à série. E posso dizer que ela melhorou bastante. Gráficos e sons naturalmente estão bem melhores, os carros e pilotos são os do campeonato de 2017, com as regras de 2017. Mas não é apenas isso. O jogo ficou realmente mais interessante.
Iniciei logo com um campeonato. Nas primeiras versões era necessário começar em uma equipe de baixo e então ir subindo. Agora dá para começar em qualquer uma. Eu comecei na Ferrari. É claro que começar em uma equipe grande significa que a equipe esperará mais de você. A cada corrida você fica sabendo que posição a equipe quer que você consiga no grid, e que posição espera que você termine a corrida. Atenda as expectativas e a equipe ficará feliz com você. O interesse de outras equipes por você também aumenta e diminui conforme seus resultados. Eventualmente você também terá rivais, e é bom vence-los nos quesitos que somarão pontos.
Os treinos livres costumavam ser bem chatos nas primeiras versões, eu costumava dar só uma voltinha pra ver como era a pista e já pulava para a qualificação. Agora a Codemasters conseguiu deixar os treinos mais atrativos. Há alguns objetivos para serem cumpridos, como fazer voltas pela pista passando por pontos específicos, que forçam o uso do melhor traçado. Há treinos específicos para economia de combustível e economia de pneus. Há treinos simulando condições de qualificação e de corrida. E há objetivos específicos em cada corrida, como fazer um treino com dois ajustes de carros ou dois tipos de pneus diferentes. Cumprindo esses objetivos ganhamos pontos que podem ser usados para fazer melhorias no carro.
E as melhorias são muitas, há mais de uma centena delas. Você pode escolher a opção desejada e esperar algumas corridas para ver o resultado dos esforços da equipe de pesquisa e desenvolvimento. Como fico meio perdido no meio de tantas opções, simplesmente sigo a recomendação do engenheiro e mantenho o foco nas corridas.
Além dos carros atuais, também podemos pilotar alguns carros clássicos, como a McLaren de 1991, em que Senna levou o tri-campeonato. Há alguns eventos específicos que aparecem no meio do campeonato onde podemos pilota-los, e também podemos acessa-los diretamente pelos menus. É sempre bom voltar a ouvir o som de um carro de Formula 1 de verdade, com um belo motor V12, em vez do som de motor de enceradeira dos carros atuais. E nisso a Codemasters não tem culpa nenhuma.
Por falar em som, este é o primeiro jogo que vejo com o logotipo de DTS-HD. Há uma certa controvérsia com relação ao som do Playstation 4. Já vi algumas pessoas dizendo que ele não tem som HD porque o receiver não indica DTS-HD ou Dolby True HD. Mas o fato é que o Playstation 4 envia áudio LPCM 7.1, que é sem perdas. Ou seja, ele é plenamente capaz de decodificar som HD e enviar para o receiver. É preciso entender que o áudio de jogos não pode ser pré-mixado como o dos filmes, ele precisa ser mixado em tempo real, mesclando trilha, efeitos, etc. Portanto, efeitos e músicas gravados em DTS-HD ou qualquer outro formato HD, precisam ser decodificados e mixados, para depois serem enviados em formato LPCM, sem compressão e sem qualquer perda. O console tem opção de codificar a saída já mixada em DTS ou Dolby Digital, mas nesse caso há perdas. Essas duas opções só devem ser usadas por quem está pegando o áudio por cabo óptico ou através do ARC da TV, que não suportam LPCM de múltiplos canais. Quem está ligando o console diretamente no receiver pode e deve usar LPCM.
Os ajustes de carro são a gosto do jogador. Quem quer ficar fuçando nos mínimos detalhes pode faze-lo. Quem, como eu, prefere focar na direção, pode manter a configuração padrão ou escolher algum dos outros 4 presets com mais ou menos pressão aerodinâmica, escolhendo entre mais dirigibilidade ou mais velocidade.
Outra novidade é o desgaste dos componentes. Componentes desgastados tendem a falhar e isso resulta em menor desempenho durante a corrida. Mas não dá para andar sempre com componente novo pois há limites nas quantidades de componentes que podem ser usados. Passar dos limites significa levar punições e perder posições nos grids de largada. Eu aprendi que é preferível ser punido do que tentar correr com componentes demasiadamente desgastados. Correr com uma caixa de câmbio muito desgastada geralmente implica num risco alto de perder marchas durante a corrida. Me senti o Ayrton Senna tendo que terminar uma corrida com o câmbio travado.
As condições climáticas estão presentes e podem mudar durante os treinos e corridas. Dá para sentir a chuva tanto no visual quanto na dirigibilidade. Os vários tipos de pneus também estão presentes e fazem toda a diferença. Começou a chover? Trate de fazer logo um pit stop para colocar pneus intermediários ou de chuva, ou prepare-se para enfrentar um asfalto bem mais liso que o normal.
Acredito que o nível de realismo está na medida certa entre simulação e arcade. No início apanhei um pouco para pegar o jeito, mas com duas corridas já comecei a conseguir bons resultados. Quem quer apenas se divertir pode fazer uso intenso de câmbio automático, freio automático, melhor traçado marcado na pista, e os flashbacks, que permitem voltar alguns segundos no tempo, evitando a frustração de uma batida na última volta de uma corrida, por exemplo. Tudo é opcional e individual, dá para ligar e desligar cada um dos auxílios a gosto do jogador. Quem quer um verdadeiro desafio pode desligar os auxílios todos e aumentar o nível da IA dos oponentes.
Depois de duas corridas perdidas por pane seca, aprendi que é melhor colocar combustível para pelo menos uma volta a mais. É melhor ter um carro um pouco mais pesado do que ter que gerenciar combustível no final da corrida. Depois disso comecei a ganhar corridas com relativa facilidade no modo padrão, mas ainda não terminei meu primeiro campeonato. Quando termina-lo vou começar a desligar os auxílios para ver no que dá.
O modo online também está bom. Correr contra a IA é legal, mas é sempre bacana desafiar alguns adversários humanos. Fiz algumas corridas nesse modo e gostei bastante, ainda que aconteçam algumas inconsistências por conta de conexões perdidas momentaneamente. As punições para quem não joga limpo também poderiam ser mais pesadas.
Correr com o Dualshock 4 é perfeitamente possível, o jogo não exige um volante. A propósito, por padrão o som do rádio do engenheiro sai nos alto-falantes do Dualshock 4. Mas correr com o volante é ótimo. Eu comprei um Logitech G29, do qual falarei em breve, e a experiência de jogar o F1 2017 com ele é fantástica. O force feedback é muito bem implementado. Levei também algumas voltas de re-adaptação aos controles após começar a correr com o volante. Mas depois disso nunca mais olhei para trás.
É claro que nem tudo é lindo e maravilhoso no F1 2017. Há alguns defeitos e pontos onde o jogo poderia melhorar. A dublagem foi feita sem qualquer cuidado com a sincronização labial. Quando o engenheiro vem conversar, é comum a fala terminar e ele continuar abrindo e fechando a boca por algum tempo. Creio que isso não ocorra com o som original em inglês. Mas quem joga com o áudio em português certamente vai notar essa bizarrice.
Também achei falta de uma maior personalização do piloto. Só dá para escolher alguns rostos reais. Nada de montar uma face personalizada. Considerando que há mais de uma década a Electronic Arts já permitia colocarmos nosso próprio rosto em jogos, através de digitalização, essa personalização zero fica parecendo preguiça dos desenvolvedores. Curiosamente a EA não usa mais esse recurso na série Fifa 🙁 . Os narradores e comentaristas também chamam todos os pilotos pelo nome, exceto o nosso que fica sendo o “uma Ferrari”, “o piloto da Ferrari” (ou o carro que você escolheu, naturalmente). Em versões anteriores pelo menos dava para escolher dentre uma lista de nomes e apelidos mais comuns.
Outra grande palhaçada é que, ao compartilhar um vídeo do jogo no Youtube, é possível que ele não possa ser exibido em nenhum país por conta da vinheta da Formula 1. Já passou da hora dos desenvolvedores incluírem o upload de gameplay no contrato de licenciamento de marcas e músicas de seus jogos. Afinal de contas, é praticamente uma divulgação gratuita.
A capa do F1 2017 traz uma curiosidade. São quatro pilotos. Lewis Hamilton e Sebastian Vettel são fixos, afinal eram os principais candidatos ao título em agosto, quando o jogo foi lançado. Mas os outros dois pilotos são diferentes dependendo do país. No caso do Brasil aparecem o brasileiro Felipe Massa e o mexicano Sergio Perez. Esta parece ser a capa das Americas, dando destaque para os dois pilotos do continente (o canadense Lance Stroll ficou de fora). Na maioria das outras regiões aparecem Fernando Alonso e Max Verstappen. Mas na capa da Bélgica aparece o Stoffel Vandoorne e na capa australiana aparece o Daniel Ricciardo.
Confira algumas fotos e vídeo do unboxing do F1 2017:
No geral, o F1 2017 é um jogo que gostei bastante. Para mim é o jogo de corrida do ano no Playstation 4 (PS4). Não apenas por suas virtudes, mas porque os outros três que adquiri, e dos quais falarei em breve, foram bem decepcionantes. Estou falando de Gran Turismo Sport, Project Cars 2 e Need For Speed Payback.
Oi Amigo! Tudo bem? Uma pergunta.. eu termine a 1o temporada e queria mudar de equipe, você sabe me dizer quando e como posso fazer isso?
Abs
Oi Wilson,
Tudo bem e você?
Ainda não terminei a primeira temporada. Se for igual no F1 2011, no final da temporada aparecem as opções de contratos e é possível escolher entre as equipes interessadas.
Abs.
Opa!! Então eu já terminei a primeira temporada e nada. Achei que teria como trovar de equipe e tal… mas beleza!! Vou continuar a segunda e vamos ver no que vai dar!!
Abraço
[…] porque na ocasião o único jogo compatível com o volante que eu tinha no Playstation 4 era o F1 2017. E carros de Formula 1 não usam mais câmbio manual, apesar de isso ser possível no jogo. Além […]