Neste artigo relato como o Correios conseguiu destruir o Super Nintendo que eu ganhei em 1992/1993, e que cuidei com muito carinho nos últimos 27 anos. Como se eu já não tivesse inúmeros motivos para não gostar desta estatal maldita, agora eu tenho o maior de todos.
Por que não gostar do Correios?
Nesses 12 anos de Skooter Blog eu já relatei aqui muitas péssimas experiências com o Correios. Vale a pena relembrar algumas delas.
Atrasos na entrega de pacotes provavelmente é a mais comum. Você sabia que eu tive um pacote que levou 282 dias para chegar? Sim, quase 10 meses!!!
Também já tive pacote extraviado, desaparecido no fluxo postal, etc… Sejamos sinceros, não existe pacote extraviado, pacotes não desparecem do nada! Eles são roubados! E quase sempre isso acontece dentro do próprio Correios.
Quer mais? Certa vez o Correios cobrou em duplicata uma taxa de despacho postal no meu cartão de crédito. Precisei fazer chargeback para reaver meu dinheiro. Por que? Porque o sistema do Correios simplesmente não permitia registrar a reclamação, alegando falsamente que o pacote não havia chegado no Brasil. Quando finalmente consegui eles sempre respondiam com respostas aleatórias, sem relação com a reclamação. Provavelmente o funcionário tinha como meta fechar todos os tickets. E assim ele nem mesmo os lia, apenas colava lá qualquer resposta. É mole? E ainda está assim, como mostrarei mais adiante…
Calma que tem mais. Também já relatei aqui o caso em que colocaram “A entrega não pode ser efetuada – Endereço incorreto. Objeto sujeito a atraso na entrega ou a devolução ao remetente” no rastreamento mesmo com o endereço perfeitamente correto? Sim, o Correios usa esse artifício para escapar de ter de reembolsar o valor da postagem por atraso na entrega.
Não, ainda não acabei. Já relatei aqui também que certa vez fui na agência fazer um pedido de revisão de impostos e o funcionário ficou fazendo terrorismo dizendo que não ia dar certo, que o imposto ia aumentar, etc. Tudo para não fazer o serviço dele, que ele, aliás, não sabia como fazer… No final pedi para levar um formulário em branco para já levar preenchido na próxima vez que precisasse e ele soltou um: “Vai ter próxima vez?”. É mole?
Tenho muitos outros relatos de experiências pessoais ruins com o Correios, mas vou parar por aqui senão o artigo vai ficar só nisso. Vale lembrar também que há alguns motivos gerais pelos quais todo mundo deveria odiar o Correios. Vejam alguns…
Vocês sabiam que o Correios tem monopólio garantido pela constituição? Carta, cartões postais, malotes, selos. Tudo exclusividade dos Correios. Tem uma empresa é quer competir? Não pode! E é multa e prisão pra quem tentar.
Mas o Correios também atua como transportadora, e faz concorrência desleal com as empresas privadas, pois não paga uma porção de impostos que as empresas privadas pagam. Além disso, enquanto empresas privadas precisam dar lucro para não falir, o Correios pode se dar ao luxo de ter bilhões de prejuízo. Sim, nos últimos 5 anos de governo do PT o Correios deu várias BILHÕES de prejuízo. Sabe quem pagou a conta? Eu! Você! Todos nós que pagamos impostos. Foram anos e anos de gestores indicados por motivos políticos e não por competência. Deu no que deu…
Aliás, essa relação promíscua de PT e Correios permitiu que a estatal fosse usada inclusive para entregar propaganda política do PT de maneira irregular. Ou seja, enquanto nós pagamos valores exorbitantes para usar um serviço péssimo e vemos nossos pacotes parados, roubados, e destruídos, o partidão da corrupção usava os funcionários do Correios para entregar propaganda eleitoral da Dilma gratuitamente.
Há quem defenda o Correios por chegar em lugares onde as transportadoras não chegam. Mas aqui temos um caso clássico de quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Em muitos lugares as transportadoras não chegam porque estão afogadas em impostos, e se investirem para chegar enfrentarão a concorrência desleal do Correios, que não paga imposto e pode dar prejuízo à vontade. Quem arriscaria?
Ah, quem compra no exterior também deve saber que a isenção de impostos da Receita Federal para pacotes enviados por pessoa física de valor até US$ 50,00 só vale para o Correios. Para transportadora os impostos sempre são cobrados. Além disso, em muitos estados pacotes tributados nos Correios não pagam ICMS, mas nas transportadoras pagam. Por que essas isenções não valem para as transportadoras também? É mais um dos muitos privilégios do Correios.
Então se você ainda gosta do Correios depois de tudo isso, reveja seus conceitos. 🙂 Mas chega de Correios por enquanto, vamos falar do meu Super Nintendo.
O Super Nintendo da minha infância
Eu não lembro exatamente o ano que ganhei meu Super Nintendo. Sei que foi no final de 1992 ou início de 1993, pois na primavera de 1991 eu ganhei o meu Master System II, e no Natal de 1993 eu ganhei o meu Mega Drive III. E entre o Master System e o Super Nintendo eu ainda tive um Sega Genesis, que ganhei em meados de 1992.
De todos esses, apenas o Super Nintendo e o Mega Drive III estão comigo até hoje. Os demais foram vendidos para comprar o Super Nintendo. Mas recomprei modelos iguais depois de adulto. Essas histórias eu já contei em outros artigos aqui no Skooter Blog.
Como eu sei algumas datas e outras não? No caso do Mega Drive III é porque eu ainda tenho a nota fiscal. No caso do Master System é por causa da primeira carta que eu enviei para a Tec Toy, pouco tempo após ganhar o Master System, cuja resposta veio em outubro de 1991.
Se não me falha a memória, meu Super Nintendo veio do Paraguai através de um dos muitos “sacoleiros” da época. Fui o primeiro e único dono dele. Na pequena cidade em que eu morava diziam que era o quarto Super Nintendo da cidade. Mas certamente haviam alguns outros fora do nosso círculo de conhecidos.
E nesses 27 anos eu sempre cuidei muito bem do meu Super Nintendo. Ainda tenho a embalagem e todos os acessórios. Foram duas mudanças, muitas instalações e desinstalações. E ele sempre sobreviveu.
O console amarelou com o tempo, como aconteceu com todos os Super Nintendo mais antigos. Quem tem um Super Nintendo branquinho certamente tem um modelo mais novo ou usou uma técnica conhecida como retrobright, que envolve água oxigenada e luz ultravioleta.
Eu não quis usar tal técnica porque ela acaba deteriorando ainda mais o plástico do console. Meu Super Nintendo estava amarelado, mas impecável, sem qualquer arranhão ou cantinho quebrado. A maioria dos consoles da época tem cantos ou partes quebradas, riscos, etc. O meu não tinha nada. Como eu já disse, foram 27 anos em que ele foi muito bem cuidado.
O problema do meu Super Nintendo
Meu Super Nintendo nunca visitou uma assistência técnica. Em 27 anos ele nunca tinha sido sequer aberto. Não recebeu nenhum tipo de manutenção preventiva, o que alguns podem criticar, mas a verdade é que seria melhor se ele tivesse continuado assim.
Apesar de nunca ter precisado de assistência técnica, o meu Super Nintendo tinha um defeitinho. Na verdade ele veio com esse defeito, mas só pude detecta-lo um ou dois anos mais tarde, fora de qualquer garantia que o sacoleiro tinha dado, se é que ele deu alguma. Vou explicar…
Quando ganhei o Super Nintendo, a TV que usava era uma Sharp dos anos 80, que só tinha entrada de RF. Não tinha entradas A/V. Era um modelo igual ao da foto abaixo, mas estava mais bem conservada. Nessa TV o Super Nintendo funcionava via RF perfeitamente.
Com o tempo o tubo da TV foi ficando cansado, e chegou um momento que ela tinha tantos fantasmas que eu nem sei como ainda conseguia jogar. Um dia meu pai resolveu vende-la e comprou uma TV Peconic de 14 polegadas. Era uma dessas marcas que entravam via Paraguai, e os paraguaios safados botavam uns adesivos escrito Sony por cima do Peconic para enganar os clientes.
Essa nova TV tinha entrada A/V, e nela eu pude ligar o Super Nintendo via A/V pela primeira vez. Precisei comprar um cabo Y, pois a TV era mono e só tinha uma entrada de áudio. Nela o Super Nintendo as vezes ficava sem cor. Era algo intermitente, depois de um tempo a cor aparecia. Às vezes sumia e voltava. Então acabei não me preocupando em conserta-lo. Na época eu já nem alugava mais jogos e estava mais interessado em PCs. Então ficou assim…
Na época eu nem sabia, mas praticamente todos os Super Nintendo que vinham para o Brasil precisavam ser transcodificados para funcionarem com cores em nossos televisores PAL-M, que à época não eram compatíveis com NTSC e PAL-N, como os de hoje.
Para tanto, os cristais osciladores de 21,47727 MHz eram substituídos por cristais osciladores de 21,453666 MHz, o cristal oscilador da besta, cuja frequência é exatamente 6 vezes a frequência da sub-portadora do PAL-M: 3,575611 MHz. Algumas outras modificações também eram feitas, levantando perna de chip e inserindo resistores e capacitores no circuito. Normalmente tudo isso era feito bem porcamente. Não sei se era em alguma espelunca paraguaia ou brasileira que fazia o serviço, mas o fato é que o serviço era porco! A transcodificação mal feita provavelmente era o que causava esse problema das cores no meu Super Nintendo.
Meu Super Nintendo acabou ficando sem muito uso da segunda metade dos anos 90 até a década atual, afinal eu só tinha o cartucho do Super Mario World para jogar. Quando queria jogar outro jogo do Super Nintendo apelava para os emuladores. Somente em 2013 é que eu adquiri meu primeiro cabo RGB para o Super Nintendo e o SD2SNES. E aí sim eu voltei a usa-lo mais intensamente. O problema das cores não aparecia no RGB, então mais uma vez esse problema foi ignorado por mais alguns anos.
Mas foi no ano passado que adquiri o meu Analogue Super Nt, que acabou assumindo o posto principal na TV da minha sala. O Super Nintendo da minha infância foi para uma TV CRT da Philips de 20 polegadas que eu ganhei há alguns anos. Foi lá que os problemas do Super Nintendo ressurgiram, pois nessa TV eu precisei liga-lo usando o vídeo composto. Às vezes a imagem não aparecia, às vezes ficava com falha nas cores das primeiras linhas, às vezes ficava perfeita, mas com as cores um tanto “erradas”. Confira esse comportamento errático no vídeo a seguir.
Abrindo o Super Nintendo pela primeira vez
O problema do Super Nintendo estava incomodando. Então eu resolvi abri-lo pela primeira vez nesses 27 anos para diagnostica-lo. E eis o que eu encontrei:
Como pode ser observado nas fotos, a placa estava muito bonita e bem conservada. Confirmei também tratar-se de uma SHVC-CPU-01, a primeira placa do Super Nintendo, ainda com a plaquinha de som off-board. Coisa linda. Coisa rara.
Mas infelizmente também encontrei gambiarras feias, uma delas relativa ao desbloqueio para rodar jogos piratas (os Super Nintendo no Brasil também já vinham praticamente todos assim) e as demais relativas à transcodificação para PAL-M.
No caso do meu console, trocaram o oscilador, removeram o capacitor variável trimmer, levantaram uma perna do encoder e soldaram um par de resistores e capacitores.
Notei que o oscilador foi soldado nos terminais de um componente antigo. Pensei tratar-se de uma estratégia do técnico para fazer mais rápido, sem precisar tirar a placa da parte de baixo do console, o que faria sentido, afinal ele provavelmente fazia vários desses todos os dias.
Mas depois vi que havia marcas de fluxo de solda na parte de baixo do console também. Ou seja, o oscilador parece ter sido trocado mais de uma vez. Alguma gambiarra feia foi feita ali por algum motivo obscuro. E vale lembrar que o console nunca tinha sido aberto nem nunca tinha saído da minha mão após eu ganhar. Tudo isso foi feito antes mesmo dele chegar em minhas mãos, talvez antes de vir pro Brasil, pois acho que o sacoleiro não tinha técnico de transcodificação e já comprou ele assim. Quem vai saber?
A falta do capacitor variável trimmer também é estranha. Na maioria das fotos que vejo de consoles transcodificados esse componente não é removido, apenas soldam um capacitor fixo junto com ele. Por que o do meu console foi removido? Outro mistério.
Para completar, notei que dois capacitores eletrolíticos SMD vazaram. Não sei em que momento isso ocorreu, uma vez que não notei efeitos colaterais. O eletrólito oxidou parte da placa e das proteções metálicas. São os únicos pontos de oxidação no console todo.
O que precisava ser feito nesse caso era remover a gambiarra de transcodificação, voltando o console para NTSC, e substituir os capacitores vazados.
Quem mora em grandes centros provavelmente consegue encontrar alguém confiável para fazer esse tipo de serviço. Mas por aqui as assistências técnicas mais conhecidas consistem em trocadores de placas. Quebrou? Troca a placa com problema. Não tem a placa ou custa muito caro? Então “infelizmente não tem conserto”.
Até tem assistência técnica especializada em videogames, mas o negócio deles é consoles novos. Consertaram o meu Playstation 3 quando ele recebeu uma descarga elétrica via antena terrestre, que queimou meu receiver e chegou no console via HDMI. E consertaram trocando a placa. 🙂
Por conta disso eu fui aprendendo a fazer meus próprios reparos, pelo menos os mais simples. Eu já tinha algum interesse em eletrônica desde a infância, por influência de um colega que entendia bem mais que eu e me explicava muita coisa. Na faculdade também tive disciplinas de eletricidade e eletrônica, e meus colegas se surpreendiam quando eu conseguia montar os circuitos na protoboard rapidamente.
Quando queria um Atari 2600 com um mod 2600RGB também não sabia quem poderia fazer o serviço. Resolvi encara-lo eu mesmo. Estudei os esquemas e então fiz a de-transcodificação (de volta para NTSC) e depois instalei o kit. Deu tudo certo.
Minha adega de chocolates, adquirida em 2014, começou a falhar em 2017 e pifou de vez em 2018. Se dependesse das assistências técnicas locais ela não teria conserto. Então eu mesmo resolvi tentar conserta-la. Fui trocando e testando os capacitores e consegui. Está boa até hoje e não deu mais problemas.
Por fim, meu Atari 2600 deu problema com os paddles. Novamente sem ter a quem recorrer, estudei o caso e encarei o reparo. Mais uma vez deu tudo certo.
De uns dois anos para cá eu soube que existem técnicos que recebem os produtos pelo Correios, fazem o reparo e enviam de volta. Mas eu sempre temi que algo acontecesse nesse trânsito. Nunca confiei no Correios. Já tinha um pressentimento que no dia em que entregasse um console nas mãos deles, eles perderiam ou quebrariam. Deveria ter levado esse pressentimento a sério.
Comecei então a planejar o reparo. Adquiri um kit de capacitores, o capacitor variável e o oscilador NTSC.
A Tentativa de Reparo
Para reparar o Super Nintendo abri novamente o console, tendo o cuidado de separar todos os parafusos, pois um parafuso de comprimento ou bitola errados pode facilmente danificar o plástico já fragilizado pela idade do console.
Com a placa removida, retirei os resistores e capacitor que foram colocados no chip encoder. Baixei a perninha do chip que estava levantada e soldei-a novamente na placa.
Aqui o meu primeiro erro. Nesse momento eu deveria ter testado o console. Provavelmente ele iria ficar preto-e-branco, mas eu saberia que até então estava tudo indo bem. Na de-transcodificação do Atari 2600 eu fui fazendo testes a cada passo, inclusive ele ficou em cores NTSC antes mesmo de eu remover toda a gambiarra da Polyvox e repor um resistor removido. Devia ser um sinal um pouco fora da especificação, mas que minha TV aceitava. Mas eu fui até o final, sempre testando passo a passo. Deveria ter feito o mesmo com o Super Nintendo.
Depois removi o capacitor fixo que estava no lugar do capacitor variável e o cristal oscilador PAL-M. Coloquei o capacitor variável e o cristal oscilador NTSC. Aqui ocorreu meu segundo erro. Ao remover o cristal oscilador PAL-M dos terminais onde ele estava soldado, deveria ter feito o mais simples e soldado o cristal oscilador NTSC ali mesmo. Mas em vez disso eu quis fazer o serviço direito e soldar o cristal diretamente na placa, como deve ser.
Foi aí que percebi que as ilhas do cristal oscilador não estavam legais. Aparentemente havia uma razão para a gambiarra. O técnico sabia que as ilhas já estavam ruins e nem quis mexer nelas novamente, aproveitou que elas ainda estavam dando um restinho de contato e soldou direto nos terminais do cristal anterior. Como havia fluxo na parte de baixo o cristal deve ter sido trocado mais de uma vez, sabe-se lá porque. Talvez um cristal PAL-M com defeito, ou meu Super Nintendo pode ter sido cobaia de transcodificação…
O fato é que na hora em que fui testar o Super Nintendo, ele não funcionou. Testei outro cristal e outro trimmer, para o caso de estarem com defeito. Chequei inclusive os esquemas do console para tentar ligar o oscilador diretamente nos componentes, dando um bypass nas trilhas. Um terminal do cristal oscilador se liga ao TC1 (o trimmer) e ao C2 (na verdade ausente), e o outro se liga à C1, R2, e R1. Mas nem assim deu certo, o console continuou sem imagem e sem som.
Note que eu não consegui testar os capacitores variáveis antes de instalar porque a capacitância é tão baixa (20 pF), que fica fora da faixa do meu testador. Poderia ter colocado dois em paralelo, mas na hora não pensei.
Confira algumas fotos e o vídeo dessas modificações:
Já sem saber mais o que fazer, cometi o meu terceiro e maior erro: decidi que enviaria o Super Nintendo para algum profissional especializado em videogames.
Como ia enviar este Super Nintendo, poderia aproveitar para enviar também o meu outro Super Nintendo, que também estava com problemas, aproveitando o mesmo frete. Então antes de continuar vamos falar desse outro Super Nintendo.
O outro Super Nintendo
O meu outro Super Nintendo eu ganhei por volta do começo dessa década. Um pouco judiado por fora, testei-o rapidamente, mas não dei muita atenção para ele. Foi lá para uma gaveta e ficou por lá um bom tempo.
Quando conheci o mundo do RGB resolvi testar esse console novamente e percebi que ele tinha uma imagem mais nítida que a do meu Super Nintendo de infância.
Comecei a pesquisar sobre isso e descobri que os Super Nintendo mais recentes tem essa característica. São conhecidos como 1Chip, mas apesar de ter a imagem mais nítida apresentam glitches em alguns jogos e outros problemas. Inclusive fiz um artigo sobre essas diferenças aqui no Skooter Blog.
Mas esse meu Super Nintendo 1Chip também tinha um problema: o RESET não funcionava. Um belo dia resolvi abri-lo e o que encontrei dentro foi bem feio. A placa estava toda lixada em torno do RESET. Certamente tentaram algum tipo de reparo ali. O cristal oscilador estava pendurado dando a volta na placa, e preso com fita isolante, sabe-se lá porque.
Percebi que as ilhas do RESET já nem existiam mais. Isso explica porque lixaram em volta, estavam tentando encontrar trilhas para soldar diretamente. Comecei a testar continuidades para tentar encontrar algum ponto onde pudesse soldar os fios do RESET e deixa-lo ativo novamente, mas ao movimentar a placa várias vezes o oscilador pendurado acabou se soltando um pouco e começou a dar mal contato. Percebi que as ilhas do oscilador também já não existiam mais.
O RESET eu até entendo, o botão sofre alguma movimentação e pode quebrar a solda com o tempo, ou até soltar as ilhas dependendo do nível de ogrisse do(s) dono(s) anterior(es), mas por que o cristal oscilador? Será que havia algo na solda usada nessas transcodificações que corrói as ilhas com o tempo? Eu sempre coloco verniz nas minhas soldas para evitar corrosão, tal qual fazem os fabricantes com as soldas originais. Mas os técnicos transcodificadores não tinham o mesmo cuidado, talvez isso explique esses problemas justamente nas ilhas do cristal oscilador em dois consoles diferentes de épocas diferentes.
Confira algumas fotos da situação lamentável do bichinho:
Na época até mostrei essas fotos para um técnico conhecido no Facebook para saber se valeria a pena enviar para ele. Mas ele achou a placa bem judiada e de difícil salvação. Então acabei deixando esse Super Nintendo de lado.
O envio dos dois Super Nintendo para reparo
Estava decidido a enviar então os dois Super Nintendo para algum profissional especialista em consoles que pudesse tentar repara-los. Pensei em enviar para o técnico que citei anteriormente, mas ele já tinha visto as fotos de um dos consoles e achando que não tinha salvação, pensei ser melhor enviar para outra pessoa que pudesse dar uma olhada nos dois.
Existem vários canais sobre reparos de consoles no Youtube, mas tem dois que acompanho bastante. Um deles já mostrou vários Super Nintendo em seu canal, inclusive com reparos de trilhas e ilhas danificadas, então achei que seria uma boa ideia enviar para ele.
Peguei a caixa em que veio o meu DS918+ dos EUA. Uma caixa grande, inteirona e que já tinha flocos de isopor. Embrulhei cada um dos consoles em plástico bolha individualmente e me certifiquei de que eles ficassem separados e bem no meio da caixa e sem movimentação. Balancei bastante a caixa antes de fechar para me certificar de que os consoles não sairiam do lugar em condições normais de transporte. Estavam bem presos.
Fiz o envio por Sedex no dia 18/07 e no dia seguinte a caixa foi entregue na caixa postal do técnico.
A Destruição Total do Super Nintendo pelo Correios
No dia 23/07 o técnico me enviou essas fotos, mostrando o Super Nintendo da minha infância totalmente destruído.
O técnico me culpou dizendo que não pode usar isopor, que tem que ser bola de jornal, etc. É até compreensível a atitude dele, afinal boa parte do serviço dele chega via Correios, ele tem até uma caixa postal para isso. Ele não iria admitir que enviar algo pelos Correios é sempre jogar em uma loteria em que a chance de ser “contemplado” com o conteúdo quebrado é grande.
Mas eu já conheço o Correios bem o suficiente para saber que quando eles querem destruir alguma coisa eles conseguem. Já recebi pacotes muito bem embalados em que o Correios conseguiu quebrar o conteúdo. Tem muitos vídeos no Youtube que mostram como eles agem. Estes são apenas alguns deles:
Mas como nada está ruim que não possa piorar, pouco mais tarde o técnico informou que os consoles não tinham condição de conserto. Perguntou se eu queria eles de volta ou se poderia descartar. Pedi os consoles de volta. No mesmo dia fiz o TED pagando pela postagem e pelo serviço dele. Pedi para que ele fizesse uma embalagem correta, já que ele diz que a minha não estava.
O Retorno dos Cadáveres
No dia 24/07 o técnico enviou os consoles de volta para mim. Chegaram no dia 25/07, na mesma caixa, com o mesmo isopor, da mesma forma que eu enviei. Ué, não estava errado assim?
Abrindo a caixa percebi que a parte de cima dos dois consoles haviam sido trocadas. Nada legal. Eu sei que a cor da parte de cima do meu Nintendo de infância bate com a da parte de baixo do 1Chip. Mas o fato é que os dois amarelaram e os dois amarelaram mais na parte de baixo que na de cima. Só posso acreditar que componentes diferentes foram usados na construção de cada uma.
Também percebi que meu console de infância estava ainda pior do que nas fotos que o técnico mandou. Note que o trinco na parte de baixo aumentou e chegou até na etiqueta da FCC.
Abri então os consoles para desfazer a troca. Por mais que o técnico tenha dito que ambos são sucata, para mim ainda são meus consoles e merecem o devido respeito.
Abrindo meu console de infância percebi que foram muitos danos, juntei todos os pedacinhos quebrados. Acredito que não exista chance de reparo. Nem com massa plástica, nem com resina, nem com qualquer material que eu conheça.
Para piorar, o console veio faltando parafusos. Procurei todas as peças soltas dentro, virei a caixa ao contrário, separei cada floquinho de isopor para ver se não tinha caído lá dentro. Mas nada, alguns parafusos sumiram mesmo! Quem leu meu artigo sobre os reparos em um Master System II sabe o quanto eu sou chato com esses detalhes. Não admito parafusos faltando, parafusos em lugar errado, quem desmonta tem que saber montar. Inclusive quando desmontei esse mesmo console eu usei esses potinhos de Tic Tac onde identifiquei de onde saiu cada parafuso, para depois monta-lo exatamente da mesma forma.
Sucata ou não, eu paguei a avaliação, paguei o retorno, e queria os meus consoles completos, com todos os parafusos, e montados corretamente.
A Posição do Correios
Sabe qual é a posição do Correios com relação ao estrago que fizeram? Pois é, eu também não sei. Pois até agora só me enrolaram…
Abri uma reclamação via site, selecionei a opção específica de AVARIA. Sabe o que me responderam? Isso:
Prezado Cliente, informamos que o objeto postal em questão foi entregue no dia 19/07/2019 , no endereço Rua Serra do Japi 1308 . Caso sua necessidade seja obter o nome do recebedor, sugerimos que nas próximas postagens seja contratado o serviço adicional de Aviso de Recebimento – AR. Esclarecemos que o prazo máximo para reativar esta manifestação é de 30 (trinta) dias.
Isso mesmo. Deram uma resposta aleatória que nada tem a ver com minha reclamação de avaria. Não dá pra entender esse analfabetismo funcional do funcionário. O sujeito não lê? Responde qualquer coisa só pra fechar o ticket e cumprir a meta?
Tentei reabrir a reclamação no site mas não consegui. O sistema do Correios é cheio de bugs. Muitos mesmo.
Liguei no 0800 do Correios e de lá conseguiram reativar a reclamação, mas agora veio outra resposta esdrúxula:
Prezado Cliente, Atenciosamente a sua manifestação, temos a esclarecer que para que possamos definir/concluir o objeto em questão como avariado ou danificado e assim possivelmente indenizá-lo do dano ou avaria alegado, faz-se necessário estarmos de posse do invólucro e conteúdo da referida encomenda, para fins de análise averiguação. Assim sendo, se ainda o possuir ou imagens (fotos) gentileza entregar o solicitado junto à Agência dos Correios AGF Vila Gomes Cardim . A gerência da referida agência já foi orientada a nos encaminhar o objeto / imagens, tão logo V. Sa. nos entregue-o para análise e averiguação. No aguardo, reafirmamos a nossa posição quanto a sanar possíveis dúvidas e/ou prestar os devidos esclarecimentos
Eles sabem que eu sou o remetente, mas querem que eu entregue as imagens na agência de destino! Liguei novamente no 0800 pedindo para disponibilizarem um e-mail ou alguma outra forma de enviar as imagens digitais. A atendente não conseguia sequer registrar a nova interação pois o sistema não aceitava o “ID Tiquete” do comprovante, e eu com o comprovante em mãos tendo certeza de que o número está correto.
No final ela acabou conseguindo, mas em 29/07 chega nova resposta, e mais uma vez é uma resposta aleatória sem qualquer relação com a reclamação:
Caro Cliente, em atenção à sua manifestação, informamos que o objeto postal em questão teve sua entrega efetuada em 19/07/2019 sendo recebido pelo representante autorizado do destinatário informado na manifestação, conforme dados disponíveis no sistema de rastreamento de objetos http://www2.correios.com.br/sistemas/rastreamento/default.cfm. Por fim, caso nossa resposta não tenha atingido sua expectativa ou não tenha sido suficiente, solicitamos reativar essa manifestação no prazo máximo de até 30 (trinta) dias exceto para objetos postados até 28/02/2018, cujo prazo para reativar a manifestação é de até 90 dias.
Esse é o Correios. Um atendimento que responde qualquer besteira aleatória independentemente da requisição não serve pra absolutamente nada. É inaceitável que essa empresa continue atuando dessa forma impunemente.
Para piorar, a agência de destino foi questionar o técnico quanto à reclamação. Perguntaram se foi ele que reclamou. Veja o tamanho da incompetência do Correios. Eles não sabem nem quem fez a reclamação. O técnico veio me questionar achando que eu havia usado o CPF dele para abrir a reclamação ou que havia informado o CPF dele na reclamação. Eu não fiz isso! Usei o CPF dele única e exclusivamente para fazer o TED do pagamento.
Na reclamação eu informei apenas os meus dados e o código do pacote. Eles devem ter puxado os dados do destinatário no sistema. Não tenho culpa se isso prejudicou o relacionamento dele com a agência ou algo do tipo. Ele ainda disse que a agência dele não tem culpa, que isso ocorreu no caminho, que foi minha embalagem… Em nenhum momento eu coloquei a culpa na agência dele, mas sim no Correios como um todo. Não tenho culpa de como o Correios lida com as reclamações.
E assim o Correios vai se esquivando de qualquer responsabilidade, e não há nada que eu possa fazer.
Lições Aprendidas
A situação é péssima e definitivamente não tem nada de bom. Não tenho uma solução. Não sei o que fazer com os consoles quebrados. Por enquanto só estou guardando-os, tal qual algumas pessoas pagam para serem congeladas logo após morrerem (criogenia) na esperança de que no futuro a medicina avance e encontre uma forma de “conserta-las” e faze-las viver novamente.
Eu ainda tenho a embalagem e todos os acessórios do Super Nintendo e, como esses consoles não trazem número de série na caixa, eu poderia comprar outro SHVC-CPU-01 (sem caixa e acessórios) para substituir o meu. O valor comercial continuaria o mesmo. Mas o sentimental não, afinal eu saberia que não é o meu console de infância. Além disso, é muito difícil achar um SHVC-CPU-01 em bom estado.
Mas sempre podemos tirar algumas lições de situações adversas, e eu aprendi algumas. Vamos a elas.
Nunca, nunca, nunca, jamais confiar no Correios!
Sim, tem muita gente boa trabalhando no Correios. Mas também tem uma horda de vagabundos, incompetente, e até ladrões. Eles não vão pensar duas vezes antes de destruir ou roubar seus objetos de valor.
Eu sei que usar o Correios é inevitável, afinal eles tem um monopólio em mãos. Mas eu não pretendo colocar outro produto que seja item de coleção ou que tenha algum valor sentimental nas mãos deles novamente.
Não enviar mais nada para esse técnico
E nem é por não ter consertado o meu Super Nintendo. Mas sim pelo retorno dos consoles com peças trocadas e parafusos faltando, além dos demais “inconvenientes” com a reclamação que eu fiz no Correios.
Técnicos especializados não consertam tudo
Assistindo os vídeos no Youtube dá impressão que esses caras conseguem consertar tudo. Mas a realidade não é bem assim. Na verdade só os casos de sucesso vão parar no Youtube e outras redes sociais. Os consoles que não tem reparo acabam não aparecendo, e isso dá a falsa impressão que eles consertam qualquer coisa.
Na prática eles tem mais experiência, equipamentos melhores, mais peças para substituir e testar, enquanto eu tenho que esperar outro TIA de Atari 2600 chegar pelo maldito Correios só para fazer um teste (e o Correios ainda inventa que o endereço está errado para justificar o atraso). Mas assim como o restante dos mortais eles também não fazem milagres.
Sempre fazer o reparo mais simples, ainda que fique feio
Essa é uma lição importante. Se eu tivesse soldado o cristal oscilador NTSC nos restos de terminais que já estavam no console, como fez o técnico que instalou o cristal PAL-M, meu console talvez ainda estivesse vivo. Ia continuar gambiarrado, mas vivo.
Técnicos que prestam serviço precisam fazer um serviço bonito e durável para que o cliente não reclame, não dê retorno e prejuízo. Mas mexendo nos meus próprios consoles eu não tinha necessidade de fazer algo bonito. Deveria sim ter trocado o cristal mas mantido a gambiarra que já estava lá. E se falhasse mais tarde, bastaria eu abrir o console e repara-lo novamente.
Nunca mais comprar um Super Nintendo no Brasil
Dois consoles diferentes, de épocas diferentes, ambos com problemas nas ilhas e trilhas do cristal oscilador. Um deles chegou novo na minha mão já com um terminal soldado no outro, sendo ainda novo. O outro chegou já tendo passado por um ou mais reparos e com o oscilador pendurado, soldado com fios, preso com fita isolante, e com um jumper… Coincidência?
Não me parece ser o caso. O fato é que todo console que veio para o Brasil, seja via Paraguai, seja via Playtronic/Gradiente, passou por um processo de transcodificação para funcionar em PAL-M, e isso envolveu troca de componentes, em especial do cristal oscilador.
Não se sabe as condições em que esses procedimentos foram feitos. Pessoas não capacitadas? Equipamentos inadequados? Liga de solda vagabunda? Solda desprotegida oxidando com o tempo e levando junto as ilhas e trilhas? O fato é que com o tempo essas modificações falharam nos meus consoles.
Mas não foram só os meus consoles que sofreram tais gambiarras. Todos os consoles no Brasil passaram por situações semelhantes, e podem ser uma bomba relógio prestes a falhar. Principalmente se o proprietário não se contentar com as cores ruins da adaptação PAL-M e quiser voltar o console para NTSC, tendo de mexer nesses pontos críticos e prestes a falhar.
Assim sendo, se eu for comprar outro Super Nintendo algum dia, vou procurar nos EUA, no eBay ou Amazon, algum console que nunca tenha sido transcodificado para PAL-M. Em outras palavras, um console sem gambiarras.
Considerações Finais
Agora meu único Super Nintendo funcional é o Analogue Super Nt. Ele já era meu console principal para jogar, então na prática não fará muita diferença.
Mas eu ainda gostaria de continuar tendo um Super Nintendo original, e não descarto adquirir outro se surgir uma boa oportunidade com um SHVC-CPU-01 em bom estado, o que certamente é muito difícil.
Quanto ao meu Super Nintendo de infância, infelizmente não dá para voltar no tempo e não envia-lo pelo Correios. O estrago me parece irreparável. Maldito Correios! 🙁
Atualização (02/03/2020): Ontem o técnico veio me perturbar pedindo para tirar o nome da empresa dele daqui. Eu não precisaria fazer isso, uma vez que apenas relatei o que realmente ocorreu. Mas como não quero mais ouvir falar nesse cara fiz a remoção e espero que assim ele me deixe em paz.
O Procon me enviou a conclusão do processo administrativo, considerando que o Correios não respondeu de maneira satisfatória e me aconselhando a ingressar com uma ação no Juizado Especial Federal.
Na papelada que o Correios apresentou fica evidente a ineficiência da empresa, com muitos encaminhamentos internos, alguns claramente errados, com muita demora entre um e outro. Ficou evidente também que o técnico fez o possível para atrapalhar, pois ele alegou aos Correios que estava tudo certo com a embalagem que ele recebeu, que eu quebrei o console, etc.
Esqueci de mencionar no texto inicial, mas a caixa voltou pra mim com volume cúbico consideravelmente menor do que ela saiu daqui, evidenciado pelos próprios comprovante do Correios, que indica as dimensões da caixa. Quando postei aqui, ela tinha um volume maior, quando ele postou de volta lá, ela tinha “encolhido” vários centímetros. É um claro sinal de que ela foi amassada. Inclusive tinha marcas de “sanfonamento” nela.
Chorei, chorei, chorei 🙁 Vou te contar uma coisa, eu a pelo menos 6 anos não contrato mais pedreiros, marceneiros, pintores, eletricistas, encanadores, técnico de eletrônica e etc. Eu faço TUDO. Cansei desse povo.
Ainda chego lá. Já pintei a parte externa toda da minha casa no começo do ano. Reparos de eletricista e encanador também tenho feito todos. Só não me arrisquei como pedreiro ou marceneiro.
Você chega lá 🙂
BREZIL-ZIL-ZIL
Voce está escrevendo muito bem, fez um texto longo que ficou interessante até o final e com muita emoção. Lamento o ocorrido. Queria saber se faz sentido o que o técnico justificou que o problema foi o isopor que vc embalou.
Obrigado. Ele diz que o isopor deixa os consoles soltos. Eu balancei e virei a caixa várias vezes para testar antes de enviar e os consoles não se mexeram. Não vou dizer que é impossível, mas o Correios precisa ter feito alguma coisa bem fora do normal para isso acontecer. Além disso ainda tinha o plástico bolha, para que mesmo que os consoles chegassem nas bordas ou se chocassem não ocorressem danos.
Eu também tive essa mesma curiosidade 🤔
Com todo o cuidado que você teve com a caixa, aplicando plástico bolha e se certificando de movimentos, não acredito que uma queda no chão faria esse estrago. Só imagino um objeto muito pesado que tenha caído sobre sua caixa ou então algum funcionário que pisou em cima dela. Condiz com as rachaduras…
A caixa deu uma leve “sanfonada” nas bordas, tem vários amassados laterais também, inclusive eu notei que o tamanho dela reduziu alguns centímetros nas 3 dimensões comparando o recibo da minha postagem e da postagem do técnico. Ou o Correios me roubou até nas dimensões da caixa (fui cobrado pelo peso cúbico), ou realmente a caixa diminuiu com os amassados. Acho que um pisão ou um objeto mais pesado provavelmente teria amassado completamente a caixa, mas algumas pancadas mais leves e rápidas me parecem possíveis. O plástico, principalmente da parte de baixo, estava bem fragilizado, acho que não precisaria muita força para quebra-lo.
Ou então o próprio cara que recebeu deixou cair o console e “deu esse migué”.
Depois desse depoimento, confesso que fiquei com um pé atrás em relação a MRM. Assisti vários vídeos do Márcio recuperando trilhas perdidas, por isso estranhei quando ele disse que seus consoles não tinham reparo. Eu estava planejando enviar meu Super Nintendo para a MRM…
Mas ao final da leitura desse artigo, fiquei imaginando alguma forma de vc recuperar seu console. Será que existe na internet algum arquivo do Proteus com o modelo da placa SHVC-CPU-01? Será que é possível encomendar uma nova placa com esse arquivo? Se essa solução inusitada for possível, você reaproveitaria os CIs originais da placa defeituosa. Enfim, fiquei imaginando um desfecho feliz nessa saga…
Entre a foto do console quebrado e o diagnóstico deu cerca de meia hora. É o tempo que ele mexeu nos consoles. Notei que ele tentou fazer as pontes diretas desses componentes, como eu já havia tentado. Ele também falou algo sobre ferro de solda não adequado, muito quente ter sido usado… Mas eu só usei a estação de solda e temperatura mínima pra derreter o estanho. Não duvido da competência dele, só não gostei da forma que ele tratou os consoles como lixo após o diagnóstico. Ainda que fosse possível fazer outra placa, soldar todos aqueles CIs está fora das minhas habilidades. E ainda acho que é alguma coisa simples, pois mesmo com as gambiarras estava funcionando. Nem descarto um lote de cristais com defeito, pois não tenho um osciloscópio para testar. Ou talvez eu tenha queimado algum componente com estática, por isso eu disse no artigo que deveria ter feito testes passo a passo. O Márcio também destacou que é necessário usar ferro de solda com ponta de cerâmica, pois do contrário pode vazar corrente e se o videogame está conectado no televisor fecha circuito e queima a placa. Eu fiz todas as soldas com o console desconectado… Ler mais »
Você mesmo queimou os consoles, mas a culpa é do técnico. 👌
Se você entendeu que eu coloquei a culpa no técnico precisa melhorar a interpretação de textos.
Bom dia Skooter! Realmente é muito triste o fato ocorrido contigo!
Eu tenho um Super Nintendo 1CHIP 3 que eu ganhei quando tinha 7 anos de idade, e ele está comigo até hoje, e eu tava querendo envia-lo para algum técnico fora do meu estado, pois moro em Brasília e aqui não conheço ninguém que mexa com o mod SYNC para esse SNES rodar o RGB com cabo scart.
E alguns deles me falaram para quando for mandar o produto, pagar aquele seguro a mais, que é uma fortuna! Não sei qual o procedimento do correio, mas parece que com o seguro, eles tem um cuidado maior no transporte da caixa ou embalagem.
O seguro é 1% do valor declarado. Mas acho que só pagam se perderem o pacote ou se chegar visivelmente avariado por fora e o destinatário recusar.
Sinceramente, mesmo com tudo que os correios fazem, não considera a possibilidade de o técnico ter derrubado os consoles no chão por algum motivo e ter falado que foi a embalagem? Sei lá… Está muito quebrado para ter ocorrido dentro de uma caixa protegida…
Até considerei, mas parti do princípio que o técnico é honesto e o Correios já tem um histórico considerável de me entregar produtos quebrados, mesmo quando bem embalados.
Amigo tenho dois super nintendos na minha coleção que utilizam estas mesmas placas se quiser podemos comparar alguns valores entre elas para tentar reparar as suas, tenho conhecimento eletrônico e será um prazer se eu puder ajuda-lo.
Ola Bruno,
Obrigado. Eu ainda vou estudar melhor os esquemas disponíveis antes de voltar à esses consoles. Por enquanto eu ainda nem sei por onde começar.
Se aparecer alguma dúvida ou algo que precise comparar entro em contato com você. Antes de mexer eu estava querendo entender se o capacitor C2 do meu console tinha sido removido na transcodificação ou se a Nintendo não tinha colocado mesmo. Acabei encontrando algumas fotos da mesma placa, todas faltando o C2 também. Aparentemente a própria Nintendo deixou ele de fora. Esses detalhezinhos complicam a vida de quem quer voltar o console para o original e não exatamente como é o original.
Ok fico a disposição se precisar de algo, estou no serviço agora mais assim que chegar em casa verifico se tem o C2 na minha placa e te dou um toque. abrçs
Agradeço pela disponibilidade. Não precisa desmontar o console só por causa do C2 não. Esse eu tenho quase certeza que foi a Nintendo que cortou mesmo, não deve ter relação com os problemas. A Nintendo tem histórico de ter eliminado capacitores nas versões seguintes sem alterar a placa. Abraços.
Adoro seu blog, sou leitor cativo e lamento pelos seus infortúnios. Eu era pobre na minha infância, jogava SNES dos primos de maneira regressa e depois de adulto fiquei com essa neura na cabeça e também tenho mania de vídeo game antigo. Tenho 3 SNES aqui em casa e a cereja do bolo um Mário Paint original com mouse e tudo
Caro amigo, a quem sigo há longos anos, conhece o Alexandre Souza, do Tabajara Labs (http://tabajara-labs.blogspot.com/)? Também o acompanho há anos e seria a pessoa a quem eu enviaria qualquer equipamento eletrônico mais complicado que precisasse de reparo. Lamento pelo ocorrido, mas ao mesmo tempo o parabenizo pelos conteúdos publicados.
Não conhecia. Obrigado pela dica.
Dor no coração, suor hétero teimando em cair dos olhos lendo isso.
Sobre os Correios, só privatizando pra resumir.
Sobre técnicos de videogame, o único que recomendo é o Nando Games. Pelo simples fato de ser um cara que ama o que faz e faz sempre direito, ou não faz.
Skooter, também sou leitor do Blog há muito tempo (bota muito tempo nisso, acho que uma década já!). Enfim, que tristeza e agonia ver esse relato. Embora eu também tenha muitas restrições com o Correios, fiquei desconfiado dessa história toda, viu. Não conheço o técnico, mas fiquei bem desconfiado de que foi realmente os Correios o autor dessa presepada, viu… Sei lá, intuição, “puga atrás da orelha”, chame como for… Mas já não gostei do fato dos consoles terem sido retornados sem cuidado algum. Mas o que também me deu agonia, foi não ver você citando a GAMETECZONE, que fica em São Paulo! :-O Cara… a GAMETECZONE faz um trabalho fantástico na recuperação de consoles, e já é bem conhecida há um bom tempo no circuito de colecionadores (incluindo aí minha pessoa). A loja também é bem conhecida por quem ouve o podcast “99 VIDAS”, e ela tem canal no Youtube, onde inclusive contém muitos videos mostrando a assistência técnica, mostrando a situação e conserto dos consoles, muito bate-papo sobre o assunto, etc. É uma loja “antiga” já (desde 2004), e que há uns 3 anos começou a se especializar em retro-consoles, tanto no conserto quanto na compra e venda… Ler mais »
Jaques,
Não citei por desconhecimento mesmo.
Conheço o 99 vidas, mas não costumo ouvir podcasts.
Já assisti muitos vídeos de manutenção, mas basicamente o que o Youtube foi me sugerindo.
[…] os problemas de transcodificação mal feita que vitimaram meu Super Nintendo de infância e também um…, eu decidi que se comprasse um Super Nintendo novamente não seria no […]
[…] Fiz um degradê com vários tons de amarelamento do Super Nintendo 🙂 . Nas fotos observa-se o meu Super Nintendo de infância que foi destruído pelo Correios, o Super Nintendo 2/1/3 que eu adquiri anteriormente, o Super Nintendo 1/1/1 que também adquiri […]
[…] expliquei em artigos anteriores porque eu não compraria um Super Nintendo no Brasil, onde os consoles vem todos mexidos, com componentes trocados, pernas de chips cortadas, etc. por […]
[…] indiscutível que o Correios é uma das piores empresas de transporte do universo. Mas as transportadoras privadas também dão as suas mancadas e hoje eu falo de uma mancada da […]
Putz. Doeu aqui ver a foto!! Tive um dos primeiros snes mas o meu era o control set (um controle sem jogo). Só vendi porque era meu e de dois irmãos e decidiram vender. Estava branquinho quando vendi e hoje lembrando da uma tristeza… Comprei um dos últimos fat que saíram e estou contente com ele. Queria fazer manutenção preventiva mas tenho receio de enviar por correio. De técnico conheço o Nando Games que tem muita experiência com games antigos porque além de técnico era um grande colecionador. Já vi ele consertar um Neo Geo Aes condenado pela Gameteczone.
Não entendi o motivo de ter apagado o nome da empresa do [REMOVIDO].
Ligou para você ou mandou algum e-mail ameaçando??
Mandou mensagem direta no Instagram. Não ameaçou, apenas pediu.
Cara, eu recomendaria encaminhar os seus consoles pro Neto, do canal “Ao Mundo de Neto” no YouTube. Quando e se puder, dá uma olhadinha no canal do cara. Ele recebe vários SNES “sucateados” por “assistências técnicas” e consegue reverter em boa parte dos casos. O cara é pequeno mas eu respeito muito o conteúdo dele e acompanho também. Imagino o quão ruim deve ser não ter seus consoles funcionando pois me arrependo de vender o meu SNES e o meu GameCube. Parabéns pelo seu conteúdo! Grande abraço!